O mercado de trabalho na área da Radiologia passa por profundas transformações. Novas aplicações e tecnologias levaram à necessidade de especialização dos profissionais de nível técnico e, como surgiram procedimentos de alta complexidade, nasceu a formação superior de nível tecnológico. Além do radiodiagnóstico convencional, hoje os profissionais das técnicas radiológicas atuam em áreas como radioterapia, tomografia, ressonância, densitometria, hemodinâmica, entre outras especialidades médicas, isso sem falar na área de segurança e no setor industrial, que despontam como terreno fértil para a aplicação das radiações ionizantes.

Embora as técnicas radiológicas tenham se desenvolvido e se notabilizado pela inauguração da medicina moderna, a atividade demorou a ser regulamentada no Brasil e, hoje, o marco regulatório da profissão ainda é o mesmo de 33 anos atrás. Segundo o presidente do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER), Manoel Benedito Viana Santos, essa defasagem levou a categoria a um ponto de inflexão grave. “Vivemos em estado de anomia, a legislação precisa acompanhar a evolução da profissão. Precisamos aprovar um novo marco regulatório para a área da Radiologia, para regulamentar o tecnólogo e para fazer uma leitura mais moderna das novas especialidades. Esse é o caminho para combater o exercício ilegal da profissão”, afirma.

Esse foi o mote principal da 1ª Conferência Nacional de Executivos do Conselho Nacional e dos Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia (CRTRs), realizada em Brasília/DF, nos dias 16 e 17 de março de 2018. Conselheiros e diretores executivos de todas as jurisdições do país firmaram o compromisso de fazer uma articulação em nível nacional para combater as irregularidades que afetam a categoria e para conseguir a aprovação do Projeto de Lei n.º 3.661/2012, que tramita no Congresso Nacional em fase terminativa.

De acordo com o diretor-secretário do CONTER, Adriano Célio Dias, essas duas metas fazem parte do plano estratégico da autarquia, que ainda inclui uma série de medidas econômicas e administrativas para melhorar a prestação de serviços da instituição. “Nossa gestão quer modernizar e aprimorar o atendimento e a fiscalização. Estamos oferecendo melhores condições de trabalho para as equipes de fiscalização e criamos mecanismos de avaliação eficientes, para fazer uma autocrítica verdadeira, que nos permita crescer”, destaca.

O avanço da fiscalização está diretamente ligado à qualidade do serviço de atendimento e de administração. “Regional que não fiscaliza não tem recursos para fazer investimentos e para manter o controle jurisdicional da profissão. Por outro lado, Regional que fiscaliza cresce econômica e socialmente. Estamos prontos para ajudar quem enfrenta dificuldades, mas vamos cobrar resultados. A categoria precisa ter retorno dos investimentos”, pondera o diretor-tesoureiro do CONTER, Abel dos Santos.

Outro ponto relevante na discussão durante o encontro foi a necessidade de se ter representação política para assegurar o desenvolvimento das técnicas radiológicas. “As dificuldades que enfrentamos é por falta de representantes políticos comprometidos com a nossa profissão. Precisamos votar em deputados, senadores e governadores que assumam um compromisso com a radiologia. Nosso futuro passa por essa conscientização”, finaliza Manoel Benedito.