Após uma década do acidente nuclear de Fukushima, Japão ainda vive à sombra do desastre e radiação continua colocando a população em risco

Especialistas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) durante visita à Usina Nuclear de Fukushima, como parte de uma missão para revisar os planos do Japão para desativar a instalação – 17/04/2013 (Greg Webb / IAEA)

 

Hoje, o Japão relembra a tragédia tripla que sofreu em 11 de março 2011.  Acometido por um terremoto-tsunami (de magnitude 9 na escala Richter), a costa do Nordeste japonês foi inundada por substância radioativa, quando quatro dos seis reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi derreteram, causando 18,5 mil mortos e milhares de desabrigados. Até hoje, a região convive com os impactos do desastre, que junto com Chernobyl representam os maiores acidentes nucleares do mundo.

As consequências de um acidente nuclear são enormes e vão além da contaminação de pessoas e do meio ambiente, há sérios impactos sociais e econômicos, cujo processo de recuperação é bastante lento. De acordo com relatório do Greenpeace, o governo japonês e a empresa de energia Tepco (empresa proprietária da usina Daiichi) parecem incapazes de lidar com o problema, visto que 85% da Área de Descontaminação Especial permaneceu contaminada.

Mesmo, após uma década desta catástrofe nuclear, Fukushima ainda sofre e se depara com problemas sem solução. O destino da água e da terra contaminadas pela radiação, o futuro de milhares de desabrigados, que tiveram que deixar suas cidades, e apoio às famílias de pessoas desaparecidas ainda existem.

Mesmo com a liberação, por parte das autoridades, de algumas áreas para retorno dos moradores.  Segundo dados do governo de Fukushima (dez/20), ainda há mais de 36 mil pessoas vivendo na condição de evacuados, ou, como preferem os ativistas, refugiados nucleares, que vivem um conflito por não saberem quando e se poderão retornar às suas moradias.

Neste dia de comoção e tristeza para a população de Fukushima, o presidente do CRTR-SP Júlio César dos Santos, se solidariza e reforça o quanto a radiação é prejudicial e necessita de controle e manuseio adequados. “Acidentes nucleares como este causam enorme destruição e embora sejam, em sua maioria, decorrentes de catástrofes naturais, a radiação é altamente poluente e por isso, é importante lembrar que, em qualquer ambiente em que se manipule fontes radioativas é necessário ter um plano de contingência e proteção radiológica bastante rígido, devendo ser conduzidas por profissionais competentes e com profundo conhecimento”, enfatiza.

Hoje, as prefeituras de Fukushima e Tóquio, estão realizando diversas cerimônias para lembrarem as vítimas desta grande tragédia.

Fonte: Greenpeace, G1 e Agência Brasil