Urânio, usado na fabricação de bombas, atinge a população local desde o fim do conflito entre a União Soviética e os Estados Unidos, em 1991

Dados, divulgados pela Associated Press em um congresso, revelaram que mulheres e crianças da região do Novo México têm sofrido até hoje com a radiação resultante do uso da mineração de urânio. O estudo, feito pela Universidade do Novo México, confirmou que essa parcela da população navaja continua exposta a altos índices de radiação, ‘numa proporção de 26% de ocorrência em altas doses fixadas no corpo’.

De acordo com publicação do site Aventuras na História, a descoberta foi inicialmente divulgada num congresso em Albuquerque, com a organização de Tom Udall, Deb Haaland e Ben Ray Lujan. A pesquisadora navajo Maria Welch contou que era comum, quando eles faziam a mineração de urânio, haver piscinas que se enchiam.  “E todas as crianças nadavam nelas. Meu pai também. Não apenas isso, o gado dos navajos também bebia dessas piscinas contaminadas”, afirmou.

Na Segunda Guerra, o Novo México sofreu com testes precursores do que seria a tensão nuclear da Guerra Fria, como o primeiro teste da Bomba e, depois, a mineração de urânio na região. Na avaliação de Haaland, da nação Laguna Pueblo, os dados do estudo obriga-os a admitir os prejuízos conhecidos associados a uma sociedade nuclear avançada. A elucidação dos ocorridos é parte de um esforço feito pelo governo dos EUA, de limpar as antigas minas de urânio em território navajo e analisar os possíveis efeitos do contato populacional com o minério.

A região era explorada pela iniciativa privada na Guerra Fria e, desde então, segundo relatório da NPR, dezenas de navajos morreram em decorrência de câncer e insuficiência renal.

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