O mês de novembro é marcado pela cor azul como alerta para os riscos do câncer de próstata. Aludindo à conscientização para o cuidado e detecção precoce da doença o radiodiagnóstico é essencial  e muito contribui para o sucesso dessa iniciativa.

Seguindo a cronologia dos meses e suas cores que visam trazer consciência à sociedade sobre temas de grande relevância para a saúde e bem estar da população, o Novembro Azul, trata de um assunto ainda bastante delicado entre os homens: o câncer de próstata.

Embora o assunto seja conversado mais abertamente entre o grupo masculino atualmente, muitos ainda trazem receios quanto a sua masculinidade em relação ao exame clínico de toque – mais comumente utilizado para a detecção deste tipo de câncer. Portanto, desmistificar e quebrar paradigmas sobre a prevenção do câncer de próstata é urgente e muito necessário.

À luz da tecnologia, o radiodiagnóstico por imagem é um grande aliado  desta campanha de conscientização, sem maiores constrangimentos, oportuna formas mais simples e precisas para o diagnóstico precoce desta e de diversas outras doenças.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma.

Já em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum no mundo dentre os mais de 100 tipos de doenças malignas, representando cerca de 10% do total de cânceres.

Sua a taxa de incidência é aproximadamente seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.

A doença

O câncer de próstata é considerado como ‘câncer da terceira idade’, visto que acomete,  aproximadamente 75% dos homens com mais de 65 anos de idade.

A doença se instala a partir do desenvolvimento desordenado da próstata – glândula que só o homem possui e que fica localizada na parte baixa do abdômen. Uma vez que as células sofrem mutações em seu DNA, alguns genes especiais, denominados proto-oncogene (que a princípio são inativos em células normais) se alteram e quando ativados, tornam-se oncogenes, responsáveis por transformar as células normais em células cancerosas que assim originam-se em tumores.

Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. Porém, a maioria cresce de forma lenta, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³,  e desta forma, não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem. E por isso, o diagnóstico precoce realizado através de exames clínicos e especialmente, por imagem é primordial para o tratamento e cura da doença.

Como detectar o câncer de próstata

Atualmente, a medicina conta com muitos métodos que permitem encontrar um tumor em fase inicial por meio da investigação através de exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce) ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

No caso do câncer de próstata, esses exames são o toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) e o exame radiológico, que  é mais sensível para a detecção de tumores pequenos, mais iniciais e em posições mais profundas da próstata.

Seguindo a detecção por métodos radiológicos, de forma bastante simples e tranquila, o câncer de próstata pode ser detectado por:

Ultrassonografia  (USG)

Por via abdominal e retal, os exames de ultrassonografia contribuem para a avaliação inicial na suspeita de lesão, assim como avaliar as dimensões da próstata, a bexiga e a capacidade de esvaziamento, que pode estar comprometida pelo aumento das dimensões prostáticas.

O exame via abdominal é feito externamente, por cima do abdômen e traz informações de forma não-invasiva e simples.

Já o exame por via transretal é realizado através da introdução do aparelho de ultrassom específico através do ânus e reto, o que permite ver  a próstata mais de perto, com mais detalhes.  este exame visa ao estudo mais preciso da anatomia e lesões, sendo o mais escolhido na avaliação dos tumores.

Ressonância magnética (RM)

A ressonância magnética de próstata com estudo multiparamétrico (análise do tumor por diversos parâmetros como formato, consistência e vascularização) é o exame com maior potencial de detecção deste tipo de tumor.  Para a investigação de próstata, são utilizados equipamentos especializados com software dedicado que garantem ainda mais segurança no diagnóstico.

Além disso, a ressonância ajuda a determinar se o tumor está restrito à próstata ou se há infiltração, alcançando órgãos vizinhos.

Biópsia prostática guiada

O procedimento de biópsia compreende a retirada de fragmentos de tecido do exato local do tumor, guiada por métodos de imagem via transretal ou transperineal. Através da análise deste tecido é feito o diagnóstico definitivo. A indicação de biópsia depende do toque retal e valores de PSA.

O diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados no tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como:

  • Dificuldade de urinar
  • Diminuição do jato de urina
  • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite
  • Sangue na urina

Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico.

O tratamento

O tratamento a ser seguido depende de cada caso e paciente, por exemplo, se a doença localizada, que só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos, em geral são indicativos de cirurgia, radioterapia  e observação vigilante em casos específicos. Já para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal são bastante utilizados. Mas, quando o tumor já atingiu outras partes do corpo (metástase) o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.

Dados

Conforme levantamento do Inca, a estimativa de novos casos era de 65.840 no ano de 2020, correspondendo a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. E em 2019, de acordo com o Atlas Mortalidade por Câncer -SIM, o número de mortes por câncer de próstata, em homens no Brasil, foi de 15.983, representando 2.14% dos óbitos.

 

Fonte: inca.gov.br | Atlas On-Line de Mortalidade