40 vezes mais barato, o material é resultado de testes realizados com filamentos pelo professor de Radiologia Matheus Savi, em sua tese de doutorado
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Simulador do professor Savi
Em sua pesquisa de doutorado em Tecnologia Nuclear, realizada no Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen/USP), o professor do curso de Radiologia do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Matheus Savi desenvolveu um material 40 vezes mais econômico e acessível para testes e aprendizagem através de simuladores de ossos e tecidos, na área de Radiologia.
A partir do uso de filamentos e com base em um simulador de cabeça e pescoço disponível no Campus Florianópolis, para impressão de estruturas ósseas, o professor comemora a descoberta, cuja ideia surgiu em 2018, durante a participação do Desafio IFSC de Ideia Inovadoras. Na ocasião, Savi percebeu a necessidade de criar filamentos que retratassem as diferentes densidades dos tecidos do corpo humano. “O material já existia, mas não para a tecnologia de impressão 3D FFF, a mais conhecida e mais acessível”, conta.
O simulador é uma peça que imita o corpo humano e é utilizado para que os estudantes possam treinar os usos da radiação sem expor uma pessoa. Essas impressões podem ser utilizadas por profissionais da saúde para análises cirúrgicas e também para o ensino, e são feitas a partir de imagens de tomografia.
Segundo, o professor, o modelo comprado pelo IFSC custou, na época, aproximadamente R$ 30 mil reais. Com a alta do dólar, hoje, seriam cerca de R$ 85 mil. Com a tecnologia pesquisada por Savi, um simulador feito em impressora 3D ficaria em torno de R$ 5 mil. “Se considerarmos apenas o material, o valor do quilo caiu de R$ 10 mil para R$250, quarenta vezes menos”, destaca o professor.
Em colaboração com um Grupo de Pesquisa de professores de Química, Savi foi testando filamentos de diferentes composições, até a fórmula atual, considerada ideal por ele – uma mistura de sulfato de bário, carbonato de cálcio e uma base de polímero ABS. Daí, foi testar combinações para chegar nas diferentes densidades. Hoje, segundo o pesquisador, são quatro tipos de filamentos e, com eles, é possível simular qualquer órgão ou tecido do corpo.
Em junho de 2019, o material foi patenteado. Savi acredita que, havendo recursos, os simuladores possam estar disponíveis aos alunos do Campus Florianópolis já em 2021, mesmo ano em que ele deve terminar o doutorado.
Fonte: IFSC
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Simulador de cabeça e pescoço do Campus Florianópolis – IFSC