Quando falamos em exames por imagem logo pensamos em Röntgen(1845-1923), físico que, no final do século passado,  deu a luz aos Raios X.

Com a sua descoberta, a ciência médica entrou na era radiológica, e passou a examinar o corpo humano sem a necessidade de abrir o paciente, iniciando aí a medicina que tudo vê.

A partir deste advento e com o avanço tecnológico, muitas outras formas de ‘ver por dentro’ foram desenvolvidas, e os raios X se tornaram cada vez melhores.

Até que na década de 60, dois grandes nomes da radiologia: Godfrey Newbold Hounsfield (1919-2004) e o Dr. James Ambrose (1923-2006), baseados em estudos matemáticos do físico Allan MacLeod Cormack (1924-1998), tiveram a ideia de acoplar um computador a cristais sensíveis à radiação, que deu início a primeira geração dos tomógrafos.

Godfrey Hounsfield ao lado do primeiro aparelho de Tomografia Computadorizada EMI-Scanner, em 1972.

Dessa forma, o primeiro aparelho de TC foi desenvolvido em 1972, inicialmente, restrito a análise de encéfalo e crânio.  Segundo relatos históricos, o desenvolvimento da pesquisa de Hounsfield – engenheiro da EMI Ltda – foi patrocinado com verba obtida pela venda de aproximadamente 200 milhões de LPs da banda inglesa The Beatles em 1968, produzido pela gravadora.

Nesse protótipo Hounsfield usou uma fonte de amerício-241, emissora de raios gama, computador com programação para reprodução bidimensional e detectores de cristal de iodeto de sódio. Devido a baixa densidade da fonte de irradiação, o tempo de aquisição da imagem foi de nove dias e o computador levou 150 minutos para processar uma simples imagem. Algo revolucionário, mas ainda precisava ser melhorado. No início, as imagens eram reproduzidas de forma borrada, mas hoje são tridimensionais, nítidas e de alta resolução.

Em 20 de abril de 1972, Housfield  e Ambrose apresentam no congresso anual de British Institute of Radiology, as primeiras imagens obtidas por um novo método de utilização da radiação, capaz de medir descontinuidade de densidades para construir imagens do interior do corpo. Nasce aqui, a Tomografia Axial Computadorizada.

A tomografia computadorizada passou por diversas inovações sendo a principal a introdução do sistema computacional. Sua trajetória se dá por diferentes gerações classificadas em:

 

Tomografia Linear ou Convencional – primeiro método de aquisição de imagens, cuja principal característica é formação de imagens diretamente em filmes radiográficos que resulta imagens de baixa qualidade e muitos artefatos;

 

 

Tomografia Helicoidal – caracterizada por realizar uma hélice em torno do corpo ao invés de uma sucessão de círculos que permite que as informações sejam captadas de maneira contínua com a reconstrução de imagens de qualquer secção analisada;

 

 

A tomografia multislice ou multicorte – caracterizada por suas múltiplas fileiras de detectores que permite  baixíssimo tempo de aquisição (0,5 s), baixa dose de radiação e redução no tempo do exame. adquirir simultaneamente quatro cortes de imagens e com

 

A principal vantagem da TC é que permite o estudo por ‘cortes’ do corpo humano vivo, além ainda de apresentar maior distinção entre dois tecidos e densidade. Assim, é possível detectar ou estudar anomalias que não seriam visualizadas em outros exames ou de outra forma que não seja invasiva, sendo assim um exame diagnóstico de grande funcionalidade.

O primeiro tomógrafo do Brasil foi instalado em São Paulo, no Hospital Beneficência Portuguesa, em 1977. Pouco tempo depois, o primeiro aparelho do Rio de Janeiro iniciou funcionamento, em julho de 1977, na Santa Casa de Misericórdia.