Desde os primórdios da radiologia, a mulher marca presença, lutando com coragem e determinação, sendo agentes de transformação contínua dessa história.


O cenário da batalha feminina em busca de melhores condições por trabalho remonta ao ano de 1909, quando uma jornada de manifestações em prol da igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino, ocorreu em diversos países, durante os meses de fevereiro e março, sendo Nova Iorque o berço dessa luta que persiste até os dias atuais.

Somente em 1975, o dia 8 de março foi instituído pela Nações Unidas como o dia Internacional da Mulher, que representa algo muito além da simples celebração do feminino.  Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países, como um dia de protesto por direitos iguais entre homens e mulheres, especialmente no mercado de trabalho. Esse marco simboliza força, determinação e coragem.

A mulher está presente em todos os setores da sociedade e na Radiologia não é diferente. Há mais de um século, inserida nesse meio, ela vem demonstrando com muito trabalho, comprometimento e altivez, a sua importância no desenvolvimento da ciência. Para o CRTR-SP o seu papel no mercado de trabalho é de suma relevância.

Desde a brilhante descoberta de Marie Curie – a teoria da radioatividade e dois elementos químicos (polônio e rádio), cada vez mais, as mulheres vêm conquistando seu espaço no campo radiológico. No mundo das ciências é incontestável que homens possuem mais espaço do que as mulheres. Um exemplo, é que a partir de uma rápida busca no Google sobre a história de notáveis cientistas que colaboraram com a radiologia, notamos que o nome Röntgen produz aproximadamente 428.000 resultados, enquanto, uma busca por Marie Curie, produz apenas 206.000.

Isto presume, que mesmo tendo alcançado o ineditismo de ser a ‘primeira mulher a ganhar dois prêmios Nobel do mundo’ – um de física e um de química, em 1903 e 1911 respectivamente – seu feito não é tão conhecido se comparando ao colega cientista, que realizou descobertas tão importantes quanto as dela no século passado.

Se no passado era difícil vermos mulheres ocupando cargos na radiologia, dado que o mercado de trabalho era dominado por homens, Madame Curie foi exemplo de luta e perseverança para ser aceita e respeitada na cátedra científica.

Determinada, ela deu o primeiro passo na direção de que a mulher pode estar em todos os lugares, seja na ciência, na saúde, na indústria e até na medicina nuclear. Batalhou incessantemente, garantindo seu espaço e vitória contra o preconceito que envolve a contratação de mulheres, em especial, na radiologia.

“Todos os dias as mulheres provam que possuem todas as competências e capacidades para exercerem qualquer função. Na radiologia, a figura de Marie Curie é a representação de uma mulher batalhadora, que enfrentou o machismo da época para mostrar ao mundo que ela era capaz de contribuir muito para a sociedade. Espero que neste 8 de março, Marie Curie sirva de inspiração para todas as gerações de mulheres.”, afirmou o presidente do CRTR-SP, TR. Júlio César dos Santos.

Atualmente, e de acordo com índice de registro profissional ativo do CRTR-SP, a presença da mulher na formação radiologia representa 51,62%, seja como técnica, tecnóloga, professora, pesquisadora ou aprendiz. Como aprendizes, elas também se destacam, ocupam cerca de 60% dos bancos escolares dos cursos técnicos, enquanto nos tecnólogos esse percentual sobe para 72%. De forma imperativa, vislumbram conquistar seu direito de poder atuar em qualquer área das técnicas radiológicas, e assim, fazer valer o seu papel de agente transformador nessa área.

Mesmo já tendo uma boa preparação para o mercado, nota-se que o seu ingresso ainda é marcado pela discriminação enraizada nas decisões daqueles que geram uma empresa, pois, ‘mulheres engravidam’, e portanto, não é bom contratá-las devido aos riscos advindos pela recorrente exposição à área de emissão de radiação ionizante, entre tantas outras questões socioculturais que subestimam o seu valor no ambiente de trabalho.

É preciso mudar esse quadro. É importante que haja uma mudança cultural nos âmbito das organizações, uma vez que mulheres e homens possuem as mesmas capacidades para o trabalho, e o que define um bom profissional são suas competências para desenvolver as atividades inerentes ao cargo exercido, e não o seu gênero.

Neste 08 de março, parabenizamos a todas as mulheres que brilhantemente vem fazendo a história da radiologia. Que hoje, você possa aproveitar para se inspirar e refletir sobre as conquistas femininas e as desigualdades que ainda persistem nessa área.