Opção é bloquear programas para impedir alteração de laudos sem que haja validação da assinatura de médicos e/ou do profissional que realizou o exame
Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Segurança Cibernética da Universidade Ben-Gurion, em Israel, criaram um programa de computador nocivo, chamado Malware, que modifica resultados de exames de imagens. O estudo foi realizado com o intuito de mostrar a vulnerabilidade dos sistemas utilizados em equipamentos de hospitais.
Segundo informações do site Olhar Digital, o malware altera o diagnóstico de doenças cardíacas, tumores cerebrais, câncer de pulmão, lesões de coluna vertebral, fraturas ósseas e lesões nos ligamentos. Com isso, o paciente pode não ter o seu problema de saúde identificado ou, até mesmo, ser diagnosticado com uma doença que não possui.
Esta manipulação em exames de ressonância magnética, por exemplo, ocorre antes mesmo do radiologista interpretar a imagem e ter tempo hábil de perceber que ela foi totalmente modificada pelo vírus – o que também leva a erros no tratamento.
Resultados da Pesquisa
Para testar se as modificações feitas pelo vírus são de fato realistas, 70 exames de imagens foram alterados e entregues a três radiologistas experientes. No caso de radiografias com nódulos cancerígenos implantados, os profissionais diagnosticaram câncer em 99% dos casos. Já em situações que o programa removeu nódulos reais, a afirmação foi de que pacientes eram saudáveis em 94% do tempo.
Esta vulnerabilidade nos sistemas dos computadores dos hospitais – que permite que os documentos sejam alterados sem que ninguém perceba-, foi encontrada nos equipamentos e nas redes utilizadas para armazenar imagens de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Essas imagens são enviadas para estações de trabalho e bancos de dados – por meio de uma plataforma chamada de “Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens” (PACS).
“A solução para esse problema seria o investimento na infraestrutura desses hospitais e na implantação de uma criptografia de ponta a ponta em sua rede PACS para que não seja permitido a alteração de qualquer imagem sem a assinatura digital e verificada por um médico ou radiologista”, concluíram os pesquisadores.
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