A substância, que tem sido utilizada como meio de contraste em exames de RM, tem potencial para ser um condutor de radiação com precisão na aplicação de raio x
Uma pesquisa, publicada na revista ‘Scientific Reports’, mostrou uma utilização promissora do gadolínio na aplicação de radioterapia. Segundo os estudos, se distribuído dentro das células cancerígenas, a substância poderia matar as células doentes liberando elétrons ao ser atingido por raios X.
Segundo Kotaro Matsumoto, pesquisador da Universidade do Instituto de Ciências Integradas de Materiais Celulares (iCeMS) de Kyoto, no Japão, o método “abre a possibilidade de estender seletivamente os esforços do efeito dos raios X no local exato do tumor”.
Nas radioterapias convencionais, o uso dos raios X policromáticos se valem de vários níveis de energia, com raios X de baixa intensidade que penetram na superfície do corpo. Em contraste, os raios X monocromáticos têm o mesmo nível de energia. Para o estudo, os pesquisadores usaram nanopartículas de sílica carregadas com gadolínio. As células cancerígenas, em uma cultura 3D, consumiram efetivamente as partículas após um dia de incubação, ou seja, as partículas localizadas especificamente fora do núcleo da célula cancerígena, onde é encontrado o mecanismo mais crítico.
Segundo publicação do site Infosalus, no centro ‘SPring-8’ em Harima, os pesquisadores esperavam obter raios-X monocromáticos em amostras de tumores carregadas com nanopartículas de gadolínio. Os raios X atingiram um nível de energia de 50,25 quilo-elétron-volts por 60 minutos e destruíram completamente as células cancerígenas da amostra dois dias após a radiação. Na avaliação o pesquisador Fuyuhiko Tamanoi – que junto com Kotaro Matsumoto e outros colegas do Japão, faz parte do estudo, “esse fato resolveria um dos maiores problemas das radioterapias atuais, onde apenas uma pequena quantidade de raios-X chega ao tumor”.