Teste de DNA mostra quando pessoas devem reduzir a exposição à radiação, ou até mesmo parar de se expor
Consciente da importância e dos benefícios que os exames de radiodiagnósticos oferecem, mas preocupada com os danos que a exposição excessiva causa ao ser humano, a BrasilRad, empresa catarinense, desenvolveu um projeto inovador para proteção radiológica de profissionais e pacientes submetidos à radiação. O método, baseado em testes de DNA, é capaz de quantificar os níveis de medição de radiação a que foram expostos.
A exposição excessiva e sem controle à radiação, ao longo do tempo, pode trazer prejuízos aos organismos, e para tanto os exames de imagem, que se utilizam da radiação ionizante, devem seguir um protocolo de proteção aos quais os laboratórios e hospitais devem seguir. Com essa tecnologia será possível identificar com mais precisão o nível de exposição a que são submetidos, e entrar com medidas de correção e regulação das doses permitidas.
“É possível identificar rastros e marcadores do prejuízo que a radiação trouxe para o organismo analisado. Com isso, a gente vai poder identificar um profissional que trabalha longos períodos com radiação e dizer o momento certo no qual ele tem que parar ou diminuir esta exposição”, afirma fundador da empresa e físico Walmoli Gerber.
Walmoli explicou também a importância do projeto para os pacientes. “Podemos identificar em um paciente que passou por vários exames com radiação, os prejuízos causados a ele e o melhor momento para usar radioprotetores. Existem suplementos que podem corrigir possíveis falhas causadas pela radiação no corpo humano, desde que elas sejam identificadas rapidamente”, disse.
A radiação usada de forma medicinal é muito importante para se fazer diagnósticos mais complexos obtendo resultados com mais precisão e qualidade e para o tratamento de doenças, entretanto é necessário, ser utilizado com justificação em relação ao benefício x danos causados no organismo. “A medicina nuclear é uma área da radiologia na qual lidamos com a radiação. A diferença é que nós lidamos com radiações líquidas. Elas são administradas no paciente que se torna radioativo. Essa radiação é captada por medicamentos que vão nos dar as informações sobre a saúde deste paciente, ou seja, se ele trem alguma doença”, afirma o médico nuclear Fábio Ribeiro.
Ele afirma ainda, que os profissionais também estão expostos aos riscos da radiação que é controlada por um equipamento, que é o dosímetro. “A radiação que incide nele vai me dar o quanto de radiação eu tomei durante os períodos. Isso tem um limite de dose. Mas, o quanto o corpo absorve radiação e o quanto eu estou seguro, na verdade é uma incógnita. Eu não sei quais serão os efeitos dessa radiação que eu estou tomando diariamente, no futuro”, explica o médico.
Segundo Walmoli, a expectativa é que projeto entre no mercado ainda no primeiro semestre de 2020. “Já temos uma parceria com um laboratório americano que vai fazer a parte de sequenciamento do DNA, e temos também um financiamento do governo federal por meio do CNPq Além disso, estamos estudando uma parceria com Israel”, afirma o fundador da empresa.
Fonte: Portal G1 – NSC Notícias