No último dia 26 de março, o CRTR-SP compareceu a uma Roda de Conversa com profissionais e estudantes de São José do Rio Preto realizado na faculdade Grande dos Lagos.
O evento foi realizado para atender a uma demanda dos técnicos e tecnólogos da região, que sofre com crescente invasão de biomédicos na área. O presidente Agnaldo Silva começou explicando qual a função do Conselho, muitas vezes confundido com sindicato. “Nosso papel é registrar o profissional, orientar, fiscalizar as práticas radiológicas e fazer ações a partir da criação de comissões, como temos feito intensamente. Mas algumas das reclamações que ouvimos, como aumento salarial, devem ser endereçadas ao sindicato. Outras, ainda, à Anvisa”, disse. Mais uma vez ele bateu na tecla da especialização: “o mercado está mais exigente, por isso não podemos parar de estudar. Os enfermeiros, os médicos não param de estudar nunca, nós também não podemos, temos que acompanhar as evoluções”.
Marcello Carlos, presidente do CRTR-RJ, abriu seu discurso de forma contundente: “Nós não viemos aqui hoje falar o que vocês querem ouvir, viemos falar a verdade”. Segundo ele, é preciso reavaliar alguns valores para que consigamos competir no mercado de trabalho. De acordo com Marcello, o técnico e o tecnólogo estão perdendo espaço porque o patronal prioriza o lucro, não a qualidade. “Nós somos os profissionais com maior potencial na área”, afirmou, “mas temos que redefinir conceitos”. Ele defendeu a flexibilização da carga horária para ressonância magnética como uma forma de ganhar espaço no mercado. José Carlos Ferraz, presidente do Sinttar São José do Rio Preto, entregou ao CRTR-SP um laudo sobre a situação da prática das técnicas radiológicas na cidade e afirmou que “agora há uma parceria” em relação ao Conselho sob a diretoria interventora.
Muitas das perguntas do público versaram sobre o que a categoria poderia fazer para lutar por valorização. O advogado do CRTR-SP Dr. Rodolfo Halzeman Cunha falou sobre as dificuldades jurídicas encontradas e as possíveis soluções jurídicas para dar seguimento a algumas denúncias, inclusive com algumas liminares em São Paulo. “Estamos empenhados em aprovar logo a PL 3661/2012 sobre a regulamentação da lei dos tecnólogos e para isso estamos contando com a ajuda dos Deputados Luiz Carlos Gondim de São Paulo , e com Deputado Federal Ricardo Izar (PP) ,estamos trabalhando pela categoria, força e vontade não me falta”, finaliza Agnaldo. Leandro Sumi, supervisor de fiscalização, explicou que “o fiscal está lá não para prejudicar o profissional, mas para proteger a profissão”. “Nós sabemos que muitos técnicos e tecnólogos têm sido obrigados a ensinar profissionais leigos em imagiologia em seus postos de trabalho. Isto não pode ocorrer, fere o código de ética. Mas nós entendemos que não é culpa do profissional, e sim da empresa”, completou.
Cada um dos 645 municípios de São Paulo são fiscalizados pelo menos uma vez por ano, por oito fiscais. Agnaldo Silva reafirmou no debate o lema de gestão: “lugar de fiscal é na rua, não dentro de escritório”. “Estamos planejando uma matéria aos patronais que eles estão correndo um risco com essa tal ‘economia de mercado’ contratando Biomédicos, devido sua carga horária, porém quando são demitidos a primeira coisa que eles fazem é processar o órgão, como aconteceu com Einsten, Dasa, e entre outros”, conclui Silva. A ação fiscalizatória de São Paulo foi elogiada pelo presidente do CRTR-RJ Marcello Carlos. “São Paulo tem a melhor fiscalização do Brasil, é um exemplo”, pontuou. |